sexta-feira, 30 de janeiro de 2009


Querida prima,


A cidade inteira só fala no festival, que começa amanhã. Como você deve imaginar, Phillip já está ensaiando seu discurso como orador da abertura. E, por entre os preparativos, há tanta coisa acontecendo que, nem se eu escrevesse um livro, conseguiria contar-lhe tudo.

Aparentemente, as nobres filhas do prefeito conseguiram salvar os vestidos que Sandra danificou e parece que ficaram bem bonitos. Modernos, mas bonitos. Impulsiva como sempre, desta vez Sandra se superou, ao pôr em risco o trabalho da tia dessa maneira; mas a srta. Darcy é talentosa demais para não dar um jeito elegante em alguma roupa. Apesar disso, nossa amiga foi proibida pela tia de ir ao baile. Certo, como se alguma coisa pudesse domar aquele espírito de liberdade. Posso ser muitas coisas, Samantha, mas conheço bem meus amigos; sou capaz de apostar as teclas do meu piano que Sandra não perde esse evento por nada.

Falando em piano, sabe que fui chamada para tocar o hino de abertura do Festival? Meu pai disse que é uma grande honra, pois ocuparei o lugar do grande Mestre Alfred Scurfield, falecido no ano passado. Todos dizem que ele me considerava sua melhor aluna e eu me senti realmente lisonjeada com o convite.

Esses dias, estive algumas vezes com Simon. Com Mrs. Prudence enferma e a aparente falha no tratamento de sua perna defeituosa, ele tem estado abatido. E a fria e recatada Elise consegue piorar ainda mais seu humor, acreditando que ele e eu somos namorados. Pobre moça, Simon tem sido cruel com ela. Você sabe como ele tem o dom de ser rude com pessoas que não enxergam o óbvio.

Bem, como durante o festival estarei bem ocupada, sairei agora para visitar Christine e aproveitarei para colocar esta carta no correio. Parece que Peter enfim chegou à cidade e minha mãe me mandou levar uma garrafa de vinho, como presente de boas-vindas. Prometo-lhe que depois de festival escrevo contando mais novidades. Aproveite ao máximo sua viagem.


Amelia