Querida Dona Rose,
Como era de se esperar, seus bombons recheados foram um sucesso. Louise ficou envergonhada por você ter tido o trabalho de fazer os bombons, mas eu disse que você não ia me deixar vir sem trazê-los.
O festival foi muito bonito, mas aconteceram algumas coisas estranhas. Na segunda noite ouvi um barulho de portão de ferro vindo das casas próximas ao centro. Louise estava junto comigo e fomos ver o que era, vimos então um homem caído na rua. Lembro de quando você me disse que quando uma pessoa se torna médico e gosta do que faz, não consegue nunca negar a profissão. Ele tinha levado uma pancada forte na cabeça e tentou caminhar até onde tinha mais gente, mas não aguentou muito tempo. Mais tarde ele disse que estava trabalhando como segurança do banco. Mas até agora não teve nenhuma notícia de roubo. É estranho, pois tenho quase certeza de que a pancada não foi acidental. Mas eu sou um médico, não um investigador criminal, então tento não me preocupar muito mais com isso. O segurança já está passando bem, portanto estou mais tranquilo.
Falando em investigações e mistérios, Louise anda recebendo poemas de um admirador secreto. Diz ela que não faz idéia de quem seja. Durante o festival ela recebeu mais um poema e quase explodiu de vergonha quando a forcei a me mostrar. Seja lá quem for, é um ótimo poeta.
Lembra-se do Sr. e Sra. Brewer? Eu e Louise fomos acolhidos por eles assim que chegamos à cidade, ainda crianças. Como ela não apareceu no festival, fui visitá-los. A Sra. Prudence estava bem fraca logo que cheguei. Mas depois que passei a cuidar dela, tem apresentado melhoras significativas. Parece-me que estava tomando alguma medicação errada, ainda não tenho certeza.
Ficarei por aqui até o fim do mês, espero que o pessoal do hospital saiba se virar mais um tempinho sem mim. Continuarei a mandar notícias.
Um Abraço,
William.