terça-feira, 12 de maio de 2009


Querida Dona Rose,


Como era de se esperar, seus bombons recheados foram um sucesso. Louise ficou envergonhada por você ter tido o trabalho de fazer os bombons, mas eu disse que você não ia me deixar vir sem trazê-los.

O festival foi muito bonito, mas aconteceram algumas coisas estranhas. Na segunda noite ouvi um barulho de portão de ferro vindo das casas próximas ao centro. Louise estava junto comigo e fomos ver o que era, vimos então um homem caído na rua. Lembro de quando você me disse que quando uma pessoa se torna médico e gosta do que faz, não consegue nunca negar a profissão. Ele tinha levado uma pancada forte na cabeça e tentou caminhar até onde tinha mais gente, mas não aguentou muito tempo. Mais tarde ele disse que estava trabalhando como segurança do banco. Mas até agora não teve nenhuma notícia de roubo. É estranho, pois tenho quase certeza de que a pancada não foi acidental. Mas eu sou um médico, não um investigador criminal, então tento não me preocupar muito mais com isso. O segurança já está passando bem, portanto estou mais tranquilo.

Falando em investigações e mistérios, Louise anda recebendo poemas de um admirador secreto. Diz ela que não faz idéia de quem seja. Durante o festival ela recebeu mais um poema e quase explodiu de vergonha quando a forcei a me mostrar. Seja lá quem for, é um ótimo poeta.

Lembra-se do Sr. e Sra. Brewer? Eu e Louise fomos acolhidos por eles assim que chegamos à cidade, ainda crianças. Como ela não apareceu no festival, fui visitá-los. A Sra. Prudence estava bem fraca logo que cheguei. Mas depois que passei a cuidar dela, tem apresentado melhoras significativas. Parece-me que estava tomando alguma medicação errada, ainda não tenho certeza.

Ficarei por aqui até o fim do mês, espero que o pessoal do hospital saiba se virar mais um tempinho sem mim. Continuarei a mandar notícias.

Um Abraço,


William.


sexta-feira, 17 de abril de 2009


Cara Mrs. Prudence,


Encontrei-me com seu filho durante o Festival e ele contou-me sobre a sua enfermidade. Como tem passado esses dias? Imagino que Simon deve ter lhe contado sobre o evento, sobre o discurso de Philip Farrington e a apresentação de sua irmã ao piano. O discurso foi como esperávamos, mas a execução do hino da cidade por Amelia realmente surpreendeu-me.

Infelizmente, o que não me causou grande espanto foi a recepção que Ted teve por parte do irmão, ao chegar à cidade. Ann, que também veio para o Festival, e eu havíamos ido até a estação para encontrar nosso amigo. Sabíamos como ele deveria estar abalado pela morte da mãe e imaginávamos que Robert o procuraria assim que Ted voltasse à cidade, a despeito de dizer que não queria ver o irmão nem mesmo pintado. Mas quando chegamos lá, Robert já se encontrava na estação e não houve a menor chance de alcançarmos Ted antes que ele o abordasse. Foi realmente muito triste. Nos poucos minutos que estiveram juntos, Robert despejou sobre ele toda raiva e ressentimento. Ted nem imaginava toda a amargura que o irmão guardava.

Como Robert não permitiu que Ted voltasse para casa dos Lancaster, ofereci-lhe que ficasse em minha casa durante o Festival. Enquanto voltávamos da estação, Ann, Ted e eu fomos abordados por Mr. Lancaster que insistiu para que Ted voltasse para casa. Ele, no entanto, não aceitou a proposta do pai. Disse que estava profundamente comovido e confuso e gostaria de evitar encontrar-se com Robert para poupar a todos mais aborrecimentos. Achei estranha a insistência de Mr. Lancaster, pois nunca deu grandes mostras de afeto por Ted.

Mesmo muito abatido, Ted nos acompanhou até a praça para a abertura, onde encontramos Peter e conhecemos sua noiva, Giovanna. Ela me pareceu ser uma pessoa muito fria, bem diferente de Peter. Mas não tivemos muito tempo para conversas, pois David Berestford e Mr. Lancaster não o deixavam em paz, sempre lhe questionando algo sobre a ferrovia, o que lhe causou grande estranhamento. Por isso ele e sua noiva retiraram-se rapidamente do Festival, no primeiro dia.

Acredito que a senhora esteja ansiosa por notícias de Ann. Ela está bem. Diz que foi uma idéia acertada ir para Londres. Lá está estudando e trabalhando em um ateliê de costura que mamãe garantiu-me ser bem famoso. Pelo que conheço de Ann, ela fará tudo o que for possível para que essa estada em Londres se prolongue.

Mrs. Prudence, encerro por aqui; essa carta ficou bem maior do que eu esperava. Até breve e melhoras.


Candice Hurley


quarta-feira, 8 de abril de 2009


Prezado Sr. David Berestford,


Tentei diversas vezes falar com o senhor durante o Festival da Colheita, entretanto não encontrei uma oportunidade adequada. Venho, então, por meio desta, fazer-lhe um pedido, em nome de nossa cidade. É sabido que o senhor possui um jornal em Londres, então eu achei apropriado solicitar uma pequena nota sobre tal acontecimento, que foi o festival. Segundo fiz questão de frisar no meu discurso de abertura — que, modéstia à parte, foi efusivamente elogiado —, é de conhecimento geral que o nosso festival, apesar de antigamente ter tido um motivo religioso, é hoje mais voltado para o comércio. Dessa maneira, alguma publicidade poderá trazer a todos alguns benefícios.

O senhor deve ter conhecimento de que a celebração teve origem nos tempos ancestrais, em homenagem a Latiaran, deusa celta da colheita. Durante as tradicionais celebrações, o povo agradecia a colheita que antecedia o inverno; os donos de plantações trocavam seus produtos e estocavam para a estação fria e improdutiva. A tradição foi mantida, pois já fazia parte da nossa cultura, além de ser excelente para fins comerciais. O senhor deve ter percebido que as músicas, as danças, a culinária e até mesmo a vestimenta das moças no baile de encerramento são bastante tradicionais, bem diferentes do que se vê hoje. Essa é parte do encanto do festival, o caráter cultural que foi mantido, mesmo com o passar dos anos.

Nossa cidade possui uma história bastante interessante, que poderá ser citada juntamente com a nota sobre o festival. Creio que o senhor certamente deve ter atentado para tal curioso assunto em meu discurso, pois discorri amplamente sobre vários pontos, desde o surgimento das festividades à fundação da cidade por Sir William McKeller, nobre barão inglês. É sabido que o nosso ilustre fundador foi um dos barões que impôs a primeira carta magna ao rei João Sem Terra, iniciando uma nova fase constitucionalista na história da humanidade. Quando percebeu o grande potencial das chamadas "ligas hanseáticas", Sir William aliou-se aos burgueses e aproveitou-se do fato de que nesta terra passavam importantes estradas usadas pela rota comercial, fundando aqui uma vila. Nossa vila — agora cidade — entrou, então, para as ligas, mesmo não sendo uma das cidades principais. E, dessa maneira, ela tornou-se o que é hoje, uma notável cidade, que cresce continuamente.

Encerrarei a carta por ora, mas ponho-me à disposição para quaisquer esclarecimentos que forem necessários. Espero a sua compreensão e apoio à minha proposta. Creio que a divulgação de tais informações será enriquecedora para nossa cidade.


Atenciosamente,


Phillip Farrington


sexta-feira, 30 de janeiro de 2009


Querida prima,


A cidade inteira só fala no festival, que começa amanhã. Como você deve imaginar, Phillip já está ensaiando seu discurso como orador da abertura. E, por entre os preparativos, há tanta coisa acontecendo que, nem se eu escrevesse um livro, conseguiria contar-lhe tudo.

Aparentemente, as nobres filhas do prefeito conseguiram salvar os vestidos que Sandra danificou e parece que ficaram bem bonitos. Modernos, mas bonitos. Impulsiva como sempre, desta vez Sandra se superou, ao pôr em risco o trabalho da tia dessa maneira; mas a srta. Darcy é talentosa demais para não dar um jeito elegante em alguma roupa. Apesar disso, nossa amiga foi proibida pela tia de ir ao baile. Certo, como se alguma coisa pudesse domar aquele espírito de liberdade. Posso ser muitas coisas, Samantha, mas conheço bem meus amigos; sou capaz de apostar as teclas do meu piano que Sandra não perde esse evento por nada.

Falando em piano, sabe que fui chamada para tocar o hino de abertura do Festival? Meu pai disse que é uma grande honra, pois ocuparei o lugar do grande Mestre Alfred Scurfield, falecido no ano passado. Todos dizem que ele me considerava sua melhor aluna e eu me senti realmente lisonjeada com o convite.

Esses dias, estive algumas vezes com Simon. Com Mrs. Prudence enferma e a aparente falha no tratamento de sua perna defeituosa, ele tem estado abatido. E a fria e recatada Elise consegue piorar ainda mais seu humor, acreditando que ele e eu somos namorados. Pobre moça, Simon tem sido cruel com ela. Você sabe como ele tem o dom de ser rude com pessoas que não enxergam o óbvio.

Bem, como durante o festival estarei bem ocupada, sairei agora para visitar Christine e aproveitarei para colocar esta carta no correio. Parece que Peter enfim chegou à cidade e minha mãe me mandou levar uma garrafa de vinho, como presente de boas-vindas. Prometo-lhe que depois de festival escrevo contando mais novidades. Aproveite ao máximo sua viagem.


Amelia


segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


Ted,


Leia com atenção, pois é a última vez que lhe escrevo, não sabe o nojo que tenho ao ter que fazê-lo. Não quero ver essa sua cara nem pintada de ouro. Prefiro mandar uma carta a ter que encontrá-lo pessoalmente.

Como você teve a ousadia de por os pés na nesta cidade de novo? Pior, ainda me resolve aparecer como se nada tivesse acontecido? Ainda não percebeu que não é bem-vindo aqui? Sorte sua que nem eu, nem o papai estávamos em casa. Nosso mordomo me contou como resolveu tudo. Ele tem ordens severas de não permitir a sua entrada. Mesmo tendo que ser rígido, mostrou ter mais bom-senso e classe que você, nos evitando mais um escândalo.

A mamãe faleceu há cerca de um ano, Se você não fosse um imbecil irresponsável e egoísta, teria ficado sabendo disso em tempo. Quando ela estava mais doente e precisava da família, você deu as costas e preferiu “conhecer o mundo, ir além de nossos horizontes”. Era o filho caçula, o queridinho dela e isso foi o golpe derradeiro.

Desde pequeno nos dá desgosto, mas a mamãe sempre punha panos quentes na situação. Você, seu mundinho no umbigo e seus sonhos estúpidos. Eu me esforçava tanto, estudei com afinco e, nas férias, ajudava o papai enquanto você brincava com aquele seu amigo idiota. Passavam horas dedilhando uma viola. Sempre foi um preguiçoso e nunca quis saber de estudar ou trabalhar. Papai ganhou uma úlcera de tanto se preocupar com seu futuro. Mamãe perdia noites de sono, mas nada dizia.

Recebi a carta que você escreveu há uns dias, mas tive tanto desprezo que não quis sequer responder. Era endereçada à mamãe, mas por motivos óbvios, abri e li. Agora você vem dizer que tem saudades e que está trabalhando como faxineiro? Que degradante! Joga nosso nome na lama sem nenhum pudor! Não se envergonha disso? Quando o papai souber que um Lancaster é um reles faxineirozinho, vai ter um infarto. Ainda bem que queimei as cartas antes que pudesse cair em mãos dele. Ainda teve a petulância de trazer mais outro coleguinha seu? Quem ele é? O zelador?

Nós movemos o mundo atrás de você, mamãe nos perguntava todo dia, até o seu último suspiro, enquanto você, verme, divertia-se vadiando pela Europa. Acha pouco o que fez? Não se satisfaz mesmo, não é? Papai o deserdou e desde então, é um poço de amargura. Não permitirei que você o atormente ainda mais, farei o que for necessário por um pedacinho da paz que, um dia, ele perdeu. Estou falando sério e você sabe disso, sabe do que eu sou capaz pelo papai.

Quero que você sofra miseravelmente até o fim dos seus dias, pelo que você fez a esta família. Adeus,


Robert

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008


Querida madrinha,


Ainda estou em Londres. Peter acabou tendo que ser internado num hospital próximo à estação e está em observação, acompanhado de perto por mil enfermeiras. Eu, obviamente, tive que ficar por aqui; hospedei-me num hotel horroroso ao lado do hospital e a partir de então tenho dormido pessimamente. Acredite, tive pesadelos. Creio que a senhora ficaria horrorizada, se visse a comida que servem neste lugar. Partiremos ainda hoje, sem mais tardar; o Dr. Allerton afirmou que Peter já está bem.

Infelizmente, encontramos esse médico na estação, que socorreu Peter e o trouxe para este hospital, arruinando o nosso plano de levá-lo ao lugar combinado. A substância que a senhora me deu fez o efeito esperado e teríamos conseguido mantê-lo aqui, com o pretexto de que estava muito doente para viagens longas. Com isso tudo que aconteceu, não pude fazer meu noivo desistir de ir àquele fim de mundo. Porém, eu tenho certeza de que ele não ficará naquele lugar por muito tempo; passou tantos anos longe da família que, acredito, não agüentará morar com eles outra vez, ainda mais longe da cidade. Eu não agüentaria.

Por outra infeliz coincidência, o tal Dr. Allerton descobriu-se conterrâneo de Peter. Não acreditei na minha falta de sorte. Agora, terei que tomar cuidado com o que disser, pois o doutorzinho poderá matraquear por aí uma versão diferente da minha e terminar me desmascarando. Como não sou tola, escrevi à irmã caipira do meu querido noivo e contei-lhe a minha história, antes que boatos indesejáveis lhe chegassem aos ouvidos.

Despeço-me agora, madrinha, pois nosso trem sairá em menos de duas horas. Fique sossegada; escrevo-lhe do fim do mundo, logo que puder. Com carinho,


Giovanna


quarta-feira, 19 de novembro de 2008


Caro Ted,


Encontrei seu irmão na praça hoje e ele me disse que você vem para o Festival. Se eu não lhe escrevo, você nem se lembra de mim! Embora Robert não tenha se mostrado muito feliz com minha presença, ele retribuiu o cumprimento e respondeu à minha pergunta sobre notícias suas. Fiquei feliz que pelo menos tenha falado comigo. Tenho a impressão de que Yasmin o desgostou profundamente e ele transferiu para mim esse desgosto.

Você não deve saber, mas é do conhecimento de muitos aqui que Yasmin começou a incentivar os sentimentos dele há algum tempo. No entanto, algo deve ter acontecido. De alguns dias para cá, não tenho visto seu irmão às voltas com agrados para com ela. Nem mesmo a tem cumprimentado. Não sei o que ocorreu. Como sabe, minha irmã e eu não temos um relacionamento tão íntimo que nos permita partilhar tais assuntos. Acredito que você compreenda, já que você e Robert também não têm muito em comum.

Deixemos isso de lado. Recebi há alguns dias uma carta de Ann, ela também vem para o festival e ficará em minha casa. Disse a ela que seria bom que nos encontrássemos (ela, Peter, você e eu) para relembrarmos os velhos tempos e falarmos sobre o presente, das aulas de dança com Mrs. Prudence, quando nós quatro sempre achávamos uma forma de tornar mais divertidas aquelas horas tão maçantes. Lembro-me particularmente daquele dia em que Peter e você se colocaram a misturar passos de danças. Mrs. Prudence não entendeu coisa alguma! Ainda mais quando Peter começou a dizer que eram passos de uma dança aprendida com um tio caixeiro-viajante.

É uma pena que já não nos encontremos com tanta freqüência. Você em Viena, Peter e Ann em Londres. Mas acredito que a amizade que nós construímos não tenha a facilidade de se acabar, como tantos relacionamentos que nós temos visto.

Avise-me quando chegará e eu irei encontrá-lo na estação; quero ser a primeira a vê-lo. Aguardo ansiosamente a sua volta. Um abraço,


Candice.


sábado, 8 de novembro de 2008


Estimado compadre Comodoro Rudolph Gallagher,


É com transbordante júbilo que vos escrevo depois de tanto tempo, ainda que de maneira meramente noticiosa, sem mo aprofundar em minúcias mais capilares. Venho, com muito gáudio, através desta, lho convidar para a Festa da Colheita da cidade. Naturalmente não está à altura da vossa distinta presença, seria impossível comparar aos eventos sociais que pudestes freqüentar, sempre em casas e clubes da melhor sociedade.

Todavia, não deixa de ser uma oportunidade excelsa para se fazer negócios. Tenho, no decorrer desses anos todos, administrado os seus interesses da minha melhor maneira, entretanto, vossa presença se faz muito útil nesse momento. Creio que um toque brilhante de vossa genialidade peculiar daria o impulso extra de que carecemos, e a conjuntura é por demais oportuna.

Ademais, o vosso afilhado Robert, que deveria mo auxiliar nessas tarefas, toma-me tempo em demasia. Estive a prepará-lo, afinal, um dia ele herdará o legado dos Lancaster. Junta-se a isto o preço alto que nos é cobrado inexoravelmente pelo tempo. Já não sou mais aquele mesmo dos nossos saudosos tempos de estudo, de sorte que estou a precisar de um apoio.

Encarrego Robert dos pormenores, afinal, para alguma coisa ele deve servir. Basta que mo informe apenas o dia e a hora de sua chegada. Certamente seria dispensável dizer que mo regojizaria muito lho hospedar em nossa casa, mas faço questão de reiterar o convite.

Sem mais para o momento, reitero protestos de elevado apreço e consideração.

Atenciosamente, Noah Lancaster.


quarta-feira, 22 de outubro de 2008


Querida vovó,


Estou preocupada. As coisas não vão tão bem como eu imaginava aqui em casa. A senhora vai me condenar por isso, mas sem querer acabei lendo algumas linhas de uma carta, quando separava a correspondência de tio Andrew. Parece que ele está devendo dinheiro a um homem de sobrenome Stockton, que já veio à cidade algumas vezes e não é nenhum exemplo de honestidade. Acredita que ele insinuou que usaria de meus favores enquanto tio Andrew não arruma o dinheiro?

Tenho medo que tia Prudence tome conhecimento dessa história; sua saúde já está tão frágil... Simon também nada sabe e eu prefiro não lhe dizer ainda. O humor dele só piorou, com a semana de tratamento em Londres, mas acho que a companhia de Amelia, ao retornar, lhe fez bem. Ela consegue fazê-lo rir de uma maneira que eu jamais consegui. Deve ser por causa de seu jeito despreocupado, sua maneira de rir da vida. Pelo menos ela o faz feliz.

Dia desses, recebi um convite para o baile do festival. Estava considerando a proposta, mas agora acho que devo fazer companhia ao detestável Sr. Stockton. Não que meu tio vá me pedir isso, mas prefiro me oferecer a vê-lo se constranger diante do tratante. Dessa maneira, terei que recusar o gentil pedido de Phillip, que, apesar de as pessoas viverem dizendo que é um chato pomposo, é um bom rapaz. É diferente da irmã, que não diz meias nem palavras demais. Definitivamente não merecia a recusa que eu terei que lhe oferecer.

Espero poder mandar-lhe boas notícias em breve, vovó.


Elise

domingo, 12 de outubro de 2008


david,


escrevo com Urgência e com medo. não consegui identificar Suspeitos na estação. tentei conversar com o delegado novamente, mas Ele insistiu em dizer que está Ocupado com os Casos mais sérios, e é Óbvio que não irá gastar esforços em recuperar papéis.


Durante esses dias lembrei-me bastante da conversa interessante que tivemos quando tu viestes aqui pela última vez. aquela tua euforIa voltou a me assustar, e em nenhum momento ouvi de tua boca o motivo para tanta aleGria. talvez seja só paranóia minha, sei que O suCesso de meu último livrO te empolgou, e que tens grandes expectativas para esta coletânea de poesias.


irei Manter-te informado das Boas novas da cidade, e dos rostos que virão visitar o festival. seI que gostarias de saber o que se passa por aqui, aiNda mais na época de maior agitação.sofia está preocupada contigo, ela deseja que tu venhas para cá, Apreciar o festival, aliviar um pouco o cansaço do trabalho. eu espero que tu ouças o que ela diz. seria bom ver-te novamente aqui, podemos passar horas conversando e nos Divertindo com as novas histórias.


um abraço de seu amigo,



daniel


p.s. preciso comprar Outra maquina de escrever.