terça-feira, 19 de agosto de 2008


Querida Elise,


Estou confusa. Na verdade, estou bastante chocada e não sei ao certo como estou conseguindo escrever estas linhas, de tanto que tremem as minhas mãos. Esta manhã, depois da missa, fui olhar minha correspondência e o que encontrei me deixou sem palavras. Esperava ansiosa por mais alguma notícia de William, sobre seu retorno, mas acabei por descobrir um pequeno envelope com uma mensagem bem incomum, que transcrevi abaixo, para você ler.

Nunca antes havia recebido um poema de amor e não sei bem como reagir diante deste. Estou encantada e curiosa e, ao mesmo tempo, apavorada. Você sabe que não saio muito de casa e conheço poucas pessoas. Onde posso ter visto esse poeta misterioso? Ou melhor, onde ele pode ter-me visto? Na igreja, sem dúvida... Você vive dizendo que não saio de lá. E tenho que confessar que, mesmo receosa, gostaria de ir agora ver se o encontro.

Oh, que horror! Aqui estou eu usando a sagrada igreja para fins mundanos. Sinto-me culpada, mas acho que não mais conseguirei sair de casa sem olhar à minha volta constantemente, em busca de um rosto que sequer sei a quem pertence. Estou eufórica, Elise, estou confusa. Oh, meu Deus...

Vou à igreja agora, preciso me confessar.

Um abraço, minha amiga.


Louise


1 comentários:

Tiago disse...

Pobre Louise...